sexta-feira, 10 de junho de 2011

Como sempre, o Governo dando uma de mestre!


Hoje a educação superior tem sido ministrada sem o mínimo investimento na didática do professor que, na maioria, são mestres ou doutores, e por isso se acham bastante preparados para a função. Essa prepotência, que inibe uma atitude na área pedagógica das faculdades, deve-se à insistência dos órgãos de educação do governo em supervalorizar a qualificação teórica dos professores universitários sem exigir dos mesmos uma preparação na área de maior importância: a transmissão do conhecimento.

Sendo assim, grande parte dos professores dá aulas pobres com pouca didática e um nível de compreensão pouco acessível ao alunado, ratificando a falta de domínio na arte de ensinar desses mestres e o alto custo dessas aulas. Some-se a esse quadro o tempo que separa o doutor de sua graduação, levando-se em conta, inclusive, todas as mudanças ocorridas no período.

Esses fatos emergem no momento da aplicação das “provas”, quando não se cobre a matéria dada e as perguntas não questionam o usual, mas vão a detalhes que não são formativos. O costume dos quesitos dos exames no mestrado ou doutorado, que normalmente são extraídos de um ponto sorteado, faz com que esses professores ajam na graduação de forma igual. Um fato que se deve lembrar é que, na graduação, não são feitos exames de pós, mas sim, avaliações que devem levar os alunos a construírem o conhecimento, baseado nas informações e nos diálogos acontecidos durante as aulas.

A solução para essas falhas é agregar aos mestres e doutores conhecimentos didáticos que devem ser passados por pedagogos que dominam os conhecimentos de como melhor fazer fluir a interação entre os alunos e os professores. O ensino de hoje pelo caudal de informações necessárias ao formando deve demandar principalmente a construção do saber, pois só assim o futuro profissional será capaz de acompanhar as rápidas mudanças que acontecem no dia a dia.

Outro fato que deve ser lembrado é que a grande maioria das escolas superiores tem adotado, para complementação da carga horária, disciplinas a distância. Nesses casos, 1,5 horas de instrução via teleaula terão de ser completadas com 7 horas de dedicação, via satélite ou virtual, na execução de exercícios. Dessa forma essas aulas tornam-se meras reproduções para todo o território nacional, pouco se cuidando das especificidades de cada região, inclusive, o vocabulário. Isso produz uma grande economia para as escolas e pouco aproveitamento para o aluno, que continua pagando o preço do ensino presencial com horas de aulas ministradas a distância. São os “grandes avanços” da educação superior nos dias de hoje.

Todo esse caos que se começa a sentir junto aos profissionais mais jovens nas principais áreas do conhecimento é consequência dessas mudanças sem fundamentação estabelecidas pelos comandantes da educação no Brasil. Assim, os educadores são tragados por empresários que podem bancar a cara educação e, dessa forma, diversificar seus negócios. O Governo que via a educação como uma instituição diferenciada, inclusive exigia que as mantenedoras das escolas não tivessem fins econômicos, hoje, incentiva a mudança de seus estatutos para que tenham fins lucrativos e paguem mais impostos ainda ao Estado.

Infelizmente esse será o legado para os nossos descendentes, grandes grupos econômicos utilizando a tecnologia comum, barateando seus custos e sucateando o saber!


Wilson Barreto

Fonte: Folha de PE

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